Epaminondas Câmara nasceu em
Esperança no dia 04 de junho de 1900, sendo filho do casal Horácio de Arruda
Câmara e Idalgisa Sobreira Câmara. Seu pai era um lavrador, homem íntegro e
probo. Nesta cidade, aprendeu as primeiras letras com a professora Maria
Sobreira, na mesma escola freqüentada por Silvino Olavo e Elísio Sobreira.
Viveu neste município até 1910, quando então deixou o Riacho Amarelo para
banhar-se nas águas do Rio Paraíba.
A carta
do ABC que lhe ensinou foi o mestre-escola Minervino Cavalcante. Dividia os
afazeres do sítio com os livros e cadernos. E quando brincava, fazia currais de
areia e pedaços de tijolos, encurralando vacas de ossos que comprava a outros
garotos pagando com cédulas de cigarros.
Mudou-se
com a família para Batalhão (hoje Taperoá) e empregou-se no bazar comercial de
seu Joaquim Rodrigues Coura.
Com o
falecimento de seu genitor, ocorrido em 14 de fevereiro de 1921, veio residir
em Campina Grande juntamente com a mãe, uma irmã e um irmão, e passa a
trabalhar no escritório de Joaquim Azevedo. Deixando o primeiro emprego,
procura ocupação na firma compradora de algodão de Virgílio Maracajá,
permanecendo até 1929.
Não
freqüentou escolas ou colégio regulares, mas aprendeu gramática com o professor
Clementino Procópio e noções de contabilidade com Renato Alencar. Os
conhecimentos contábeis lhe valeram um emprego no Banco Auxiliar do povo naquele
ano, fazendo carreira por 21 anos.
Sempre
procurou se instruir, com muita dedicação à leitura, enriquecendo o espírito e
aumentando sua biblioteca. Era considerado metódico, paciente e inteligente,
possuidor de excelente memória e meticuloso em suas anotações. Costumava
pesquisar os acontecimentos do cotidiano campinense.
Casado
com sua prima Isaura Gameiro (Isaura Câmara), não teve filhos. Homem íntegro,
católico fervoroso como sua mãe. Possuidor de uma alma doce e elevado espírito
moral, Epaminondas dedicou-se por muito tempo a sua formação moral.
Ajudou
a fundar algumas paróquias e Associação dos Moços Católicos, na cidade de
Campina Grande (1929), assumindo a Vice-presidência da entidade em novembro de
1934. Participou igualmente da criação da revista mensal “Idade Nova” em 1937.
Na
década de 40 publicou dois livros os “Alicerces de Campina Grande” (1943) e
“Datas Campinenses” (1947).
No dia
24 de fevereiro de 1945, seu nome foi apresentado à Academia Paraibana de
Letras, sendo eleito no dia 17 de março primeiro sucessor da Cadeira 18. Tomou
posse no dia 21 de julho daquele ano, recebido com um caloroso discurso do
acadêmico Hortênsio de Souza Ribeiro. Ocupou a cadeira do historiador Irineu
Jóffily, sucedendo ao poeta Mauro Luna.
Em 1951
doa boa parte de sua coleção de livros à Biblioteca do Palácio Episcopal,
organizada por Dom Anselmo Pietrula, que se enriqueceu com quase 600 volumes.
Nesse
tempo transfere sua residência para o Rio de Janeiro, onde funda um escritório
de Representações e Corretagens.
O
insucesso do empreendimento o trouxe de volta a Campina Grande, no ano de 1952.
Aqui estabelece, em parceria com o cunhado José Costa de Carvalho, o Armazém
Paraibano, nome de fantasia da firma comercial Costa & Cia, comércio
atacadista de miudezas e armarinho.
Na
Paraíba, descobriu a chamada “Civilização da Farinha”, no período em que os colonizadores
da Paraíba praticavam uma agricultura de subsistência e de escambo, exportando
o excedente da farinha para o Sertão.
Epaminondas
Câmara faleceu às duas e meia da tarde do dia 28 de abril de 1958, “rodeado do amor dos seus, sem uma queixa,
sem um lamento”, como bem explicitou o amigo Cristino Pimentel. Preparava o
terceiro compêndio: Pequena Enciclopédia Brasileira para uso dos Católicos,
havendo concluído a letra A.
Os seus
restos mortais foram transladados para o Cemitério Nossa Senhora do Carmo, em
Esperança, onde se encontra o túmulo da família.
Em
Campina Grande, uma das ruas do Bairro Catolé foi denominada em sua homenagem.
Rau Ferreira
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