sábado, 18 de agosto de 2018

Lírio verde da Borborema, Thomas Bruno Oliveira


É assim que o poético hino municipal de Esperança-PB a declama. Encravada no alto do planalto da Borborema, a cidade recebeu um presente no último dia cinco de agosto, dia que se comemora a paz com os Índios Tabajaras e que hoje é marco fundante na história da Paraíba, sob as bênçãos de Nossa Senhora das Neves, foi fundado na cidade o seu Instituto Histórico e Geográfico. A institução estava em seus preparativos há pelo menos 3 anos e tem como organizador e primeiro presidente o amigo escritor Rau Ferreira, filho da terra que há muito escreve sobre o município, quer seja em livro ou em seu blog na internet denominado de História Esperancense.
Abrigou o evento nada mais, nada menos que o auditório do antigo Colégio Diocesano, hoje Colégio Dom Palmeira, um dos prédios mais importantes da cidade com arquitetura histórica e que teve sua pedra fundamental lançada nos idos de 1945. O ar de mosteiro, marcado pela presença do pátio da imagem de Nossa Senhora Auxiliadora, deu um tom simbólico a criação do silogeu, que tem como patrono Irineu Jóffily, intelectual muito importante para a história de nosso estado a quem devemos, por exemplo, os contornos de divisa da Paraíba. Jóffily subiu serras e montanhas emlombo de cavalo para comprovar e demarcar nossos rincões. Seu local de nascimento é incerto, o que deixa sua figura ainda mais emblemática pois nao se sabe exatamente se foi em Campina Grande, Pocinhos ou mesmo Esperança, o que se comprova mesmo é a importância de sua obra, incansável pesquisador que lançou livors e criou jornais, como A Gazeta do Sertão.
Foi uma agradável manhã de domingo, parti de Campina Grande na companhia de Ida Steimuller, José Edmilson Rodrigues e Vanderley de Brito, nos juntando aos intelectuais Daniel Duarte Pereira, Rau Ferreira, Evaldo Brasil, Michael Lopes, Antônio Monteiro, Ismael Felipe, Milena Dôso, André Costa e tantos outros que estão imbuídos dos objetivos desta casa de memória que é possibilitar a saslvaguarda do patrimônio histórico e cultural da cidade, seus elementos materiais e imateriais, sendo um grande respositório dos aspectos históricos de Esperança, cidade que possui uma grande importância regional estando hoje entre as quinze maiores da Paraíba.
Fui agraciado como sócio fundador da Cadeira nº 13 e meu patrono, assim como em Areia, é o Padre Luiz Santiago de Moura, sacerdote que disseminou a doutrina católica em toda região do brejo e curimataú, criando diversas capelas e mantendo-as com missas periódicas e aulas de catecismo junto ao ensino público. Empresário, arqueólogo amador, historiador, museologista, não era um padre muito convencional; era inventor de engenhocas, piloto de avião, motoqueiro e radioamador. É com muita satisfação que testemunho a criação de mais um Instituto Histórico de caráter municipal. ora, vivemos no município e é por demais importante que cada um possa ter sua cada de memória. quando em junho de 2013 recebemos em Campina Grande o Arno Wehling, Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (instituição congêneremais antiga do Brasil), ele justamente incentivou a criação dos institutos municipais, culminando com essa aura que tomou os municípios de Serra Branca, Areia e agora Esperança. Vemos movimentações também em Picuí, Remígio e outros municípios, notícia excelente.
Comom diz seu hino oficial: Salve! salve cidade de Esperan;a/ Tu és linda como a flor da primavera/ O teu pendão aos ventos desfraldados/ Oh! Lírio verde cresce e impera. E não tenho dúvidas que com a crianção do Instituto Histórico e Geográfico, a cidade irá progredir em conhecimento, pesquisa e autoestima, isto porque o que envolve os aspectos históricos da cidade terão um outro tratamento e o presente para que as futuras gerações possam conhecer seus primórdios.

* thomasbruno84@gmail.com
historiador e jornalista, sócio do IHCG, SPA e Abrajet

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