Egídio de Oliveira Lima |
Egídio de Oliveira Lima era filho
de Francisco Jesuíno de Lima e Rita Etelvina de Oliveira Lima. Nasceu em
Esperança no dia 04 de junho de 1904 e faleceu na capital paraibana a 23 de
fevereiro de 1965, vítima de Ca de próstata segundo atestou o Dr. Domilson de
Andrade. Foi sepultado no Cemitério Senhor da Boa Sentença, na Capital do
Estado.
Era casado civilmente com Judith
Marques de Almeida Lima, em 24 de novembro de 1928, na cidade de Itabaiana.
Desse consórcio nasceram: Everaldo, Virgílio, Wirajara, Violeta, Miriam,
Diosthenes, Adalberto, Nícia, Getúlio, Verbena, Dionízio e Vitória
Poeta popular, jornalista e
autodidata destacou-se como folclorista e escritor de cordéis cuja maior parte
fazem parte do acervo da Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro.
Mudou-se para Campina em 1937 e nos
anos 60 foi residir em João Pessoa.
Escreveu diversos artigos sobre a
literatura de cordel para as revistas Arius (Campina Grande) e Manaíra (João
Pessoa), das quais foi colaborador e redator. Dirigiu a revista “As fogueiras
de São João” (1941) e foi o responsável por colecionar as antigas edições dos
folhetos de Leandro Gomes de Barros - festejado autor cordelista paraibano - e
de outros autores, cedido posteriormente a Universidade da Paraíba.
Na fotografia acima observamos, em
primeiro plano, sentados: Inácio Rocha (esquerda) e Egídio Lima (direita); em
segundo plano, em pé: Antônio Mangabeira e Epitácio Soares.
Na época em que se interessou pelo
cordel o assunto merecia desprezo na Paraíba, assim podemos dizer que Egídio
foi um desbravador neste sentido. Privou da amizade de grandes nomes desta
literatura, como José Limeira e ganhou certa notoriedade. Seus folhetos sobre o Padre Cícero e Getúlio Vargas, tiveram
uma grande tiragem, este último contou 50.000 exemplares e se destinava à
distribuição popular. Sua principal obra foi
“Os Folhetos de Cordel”, uma antologia que reúne diversos versos produzida pela
Editora Universitária em 1978.
No ano de
1937, com Antônio Manguabeira, fundou a Academia das Esquinas, um círculo
informal que se reunia, quase sempre, à noite nas esquinas campinenses,
erigindo esses locais como centro de circulação de ideias e de preocupações
sócio-culturais. Três anos depois, tomando por base os mesmos freqüentadores,
inicia as atividades da Academia dos Simples que, apesar da informalidade, tem
seus estatutos e membros filiados da qual fazem parte Epitácio Soares, Anézio
Leão, Mauro Luna, Felix de Souza Araújo, Inácio Menezes Rocha e José Nobrega
Simões. O esperancense também participou, anos depois, do Clube Literário de
Campina Grande (1947), assumindo a função de 2º Secretário (1950).
Como cordelista, é autor dos
seguintes títulos: Desafio de João Silveira com Egídio Lima (Tipografia Luzeiro
do Norte), Parahyba de Luto: o bárbaro assassinato do presidente João Pessoa em
Recife (sob o pseudônimo de Zé Parahybano), A Miséria de 1930 e o Choro de
1931.
Do livro “Coletânea de Autores
Campinenses” extraímos a seguinte poesia de sua lavra:
Meus cabelos brancos
Os meus cabelos brancos vão
nascendo
Como fios de neve sobre a serra
A cabeleira presta se desterra
Enquanto a nevoenta vai crescendo.
Na luta por que vou envelhecendo,
Sinto crescer a mágoa que me
aferra,
Eu temo esta velhice aqui na terra
Porque dês que nasci vivo sofrendo.
No outono a folha verde murcha e
morre,
O rio desce e, lentamente, escorre
Deixando as barbas brancas nos
barrancos...
A vida passa e eu nesta jornada
Contemplo a minha vida debruçada
Sobre o sudário dos cabelos
brancos...
Egídio de Oliveira Lima é patrono
da Cadeira nº 22 da Academia de Letras e Artes do Nordeste. Uma rua no bairro
de Nova Brasília em Campina Grande e uma praça no bairro dos Bancários, em João
Pessoa, foi assim denominada em sua homenagem.
Na fotografia acima observamos, em primeiro plano, sentados: Inácio Rocha (esquerda) e Egídio Lima (direita); em segundo plano, em pé: Antônio Mangabeira e Epitácio Soares. Onde? Para o próximo Boletim, excluo esse trecho ou acrescentas a foto?
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