sábado, 18 de agosto de 2018

Cadeira nº 02 - Egidio de Oliveira Lima

Egídio de Oliveira Lima

Egídio de Oliveira Lima era filho de Francisco Jesuíno de Lima e Rita Etelvina de Oliveira Lima. Nasceu em Esperança no dia 04 de junho de 1904 e faleceu na capital paraibana a 23 de fevereiro de 1965, vítima de Ca de próstata segundo atestou o Dr. Domilson de Andrade. Foi sepultado no Cemitério Senhor da Boa Sentença, na Capital do Estado.
Era casado civilmente com Judith Marques de Almeida Lima, em 24 de novembro de 1928, na cidade de Itabaiana. Desse consórcio nasceram: Everaldo, Virgílio, Wirajara, Violeta, Miriam, Diosthenes, Adalberto, Nícia, Getúlio, Verbena, Dionízio e Vitória
Poeta popular, jornalista e autodidata destacou-se como folclorista e escritor de cordéis cuja maior parte fazem parte do acervo da Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro.
Mudou-se para Campina em 1937 e nos anos 60 foi residir em João Pessoa.
Escreveu diversos artigos sobre a literatura de cordel para as revistas Arius (Campina Grande) e Manaíra (João Pessoa), das quais foi colaborador e redator. Dirigiu a revista “As fogueiras de São João” (1941) e foi o responsável por colecionar as antigas edições dos folhetos de Leandro Gomes de Barros - festejado autor cordelista paraibano - e de outros autores, cedido posteriormente a Universidade da Paraíba.
Na fotografia acima observamos, em primeiro plano, sentados: Inácio Rocha (esquerda) e Egídio Lima (direita); em segundo plano, em pé: Antônio Mangabeira e Epitácio Soares.
Na época em que se interessou pelo cordel o assunto merecia desprezo na Paraíba, assim podemos dizer que Egídio foi um desbravador neste sentido. Privou da amizade de grandes nomes desta literatura, como José Limeira e ganhou certa notoriedade. Seus folhetos sobre o Padre Cícero e Getúlio Vargas, tiveram uma grande tiragem, este último contou 50.000 exemplares e se destinava à distribuição popular. Sua principal obra foi “Os Folhetos de Cordel”, uma antologia que reúne diversos versos produzida pela Editora Universitária em 1978.
No ano de 1937, com Antônio Manguabeira, fundou a Academia das Esquinas, um círculo informal que se reunia, quase sempre, à noite nas esquinas campinenses, erigindo esses locais como centro de circulação de ideias e de preocupações sócio-culturais. Três anos depois, tomando por base os mesmos freqüentadores, inicia as atividades da Academia dos Simples que, apesar da informalidade, tem seus estatutos e membros filiados da qual fazem parte Epitácio Soares, Anézio Leão, Mauro Luna, Felix de Souza Araújo, Inácio Menezes Rocha e José Nobrega Simões. O esperancense também participou, anos depois, do Clube Literário de Campina Grande (1947), assumindo a função de 2º Secretário (1950).
Como cordelista, é autor dos seguintes títulos: Desafio de João Silveira com Egídio Lima (Tipografia Luzeiro do Norte), Parahyba de Luto: o bárbaro assassinato do presidente João Pessoa em Recife (sob o pseudônimo de Zé Parahybano), A Miséria de 1930 e o Choro de 1931.
Do livro “Coletânea de Autores Campinenses” extraímos a seguinte poesia de sua lavra:
Meus cabelos brancos
Os meus cabelos brancos vão nascendo
Como fios de neve sobre a serra
A cabeleira presta se desterra
Enquanto a nevoenta vai crescendo.

Na luta por que vou envelhecendo,
Sinto crescer a mágoa que me aferra,
Eu temo esta velhice aqui na terra
Porque dês que nasci vivo sofrendo.

No outono a folha verde murcha e morre,
O rio desce e, lentamente, escorre
Deixando as barbas brancas nos barrancos...

A vida passa e eu nesta jornada
Contemplo a minha vida debruçada
Sobre o sudário dos cabelos brancos...

Egídio de Oliveira Lima é patrono da Cadeira nº 22 da Academia de Letras e Artes do Nordeste. Uma rua no bairro de Nova Brasília em Campina Grande e uma praça no bairro dos Bancários, em João Pessoa, foi assim denominada em sua homenagem.

Um comentário:

  1. Na fotografia acima observamos, em primeiro plano, sentados: Inácio Rocha (esquerda) e Egídio Lima (direita); em segundo plano, em pé: Antônio Mangabeira e Epitácio Soares. Onde? Para o próximo Boletim, excluo esse trecho ou acrescentas a foto?

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