terça-feira, 21 de agosto de 2018

Cadeira nº 09 - Hilda Batista


1. Origem
Maria Hilda Batista Soares Natural de Esperança-PB, o pai, Francisco Batista Júnior (seu Chiquinho), e a mãe, Maria da Costa Júnior (Dona Sula), seu “berço” era humilde, como ela mesma definia, mas sua família era tradicional e de “brazão”, pois dela surgiram pessoas grandes personalidades que se destacaram à nível de Brasil, ela citava Silvino Olavo e Samuel Duarte.Também em entrevista gravada em áudio às 22 hrs numa sexta-feira do dia 20.07.2007 falou sobre a “Árvore de Esperança”, pois a sociedade esperancense possui um mesmo “tronco” na base de sua genealogia.

2. Experiências na Rainha da Borborema
Por volta de 1936 seus pais vão morar em Campina Grande-PB e por lá recordou 8 à 10 anos de suas vivências, seu pai chegou a trabalhar no comércio local mas foi à sua mãe que costurava roupas que ela atribuía heroicamente tê-la sustentado em boas escolas, o ambiente social era agradável, a consideravam inteligente, tinha aulas onde aperfeiçoava sua jovem e bonita voz com muita música e cantos. Aprendeu muita coisa boa e participava de atividades relacionadas às artes em especial. Ensaiou acompanhada pelo maestro Capiba.
Volta para Esperança com essa “bagagem” lá adquirida. O próprio “Coral de Suzete” das grandes maestras conhecida em toda Campina  Grande, lhe deu inspiração para a Escola Cantório.
Foi nesse ambiente de Mais efervescência cultural da Rainha da Borborema que ao ouví-la cantar, um vizinho, tipo ilustre desconhecido e proprietário de um circo que estava na cidade, pediu ao seu pai que a mesma integrasse a sua “trupe” que viajaria mundo afora, mas em uma época de muitos tabus e com os cuidados e conveniências da família em quererem a filha por perto, agradeceram, mas não aceitaram o convite.
         Sua participação nos eventos sociais de Esperança-Pb se deu através de 18 Festas de Padroeiras, Festas de Debutantes, Festas do Ano, entre outras. A Festa  “Baianas x Camponesas” foi muito “linda” dizia ela, e ficou na memória de muitos contemporâneos.

3. Vida profissional e atuação nobre
Empregou-se no comércio; trabalhou muito em prol do projeto de construção do que viria a ser o Colégio Estadual Monsenhor “José da Silva Coutinho” e àquela época a sociedade esperancense em peso contribuía para festas cujo rendimento financeiro seria destinado à construção desta instituição de ensino.
Funcionária pública por cerca de 40 anos na escola Irineo Joffily, inspetora de alunos e ensinou na alfabetização de séries iniciais. Foi através da organização de um grande desfile de 7 de setembro que casou a admiração do então Secretário de Educação do Estado, José Loureiro que de imediato lhe afirmou que providenciaria sua efetivação no serviço público.
Ela viveu os tempos da “sociedade sadia” como costumava expressar, ficou muito pensativa, triste com o cenário que se apresentava à juventude atual, muita violência, muitos problemas da realidade do país que lhes afetariam as vidas, mas sua mensagem era que deveríamos procurar a positividade: “Seja juventude que vala a pena, não seja juventude que dê pena”.
         Sugeriu a criação da Secretaria de Eventos: Certa vez em reunião com o recém-eleito na época, prefeito Luiz Martins de Oliveira, ao indagar-se o que faria para aproveitar a capacidade de organizar eventos do empresário artístico leosildo Honorato.
         Foi noiva de um piloto de avião (Gilberto Araújo da Silva) que tempos depois seria herói e sobrevivente do voo Varig RG-820 e do voo Varig 967 conhecido por desaparecimento misterioso.
         Mas quem levou seu coração às alturas do matrimônio foi um pacato cidadão e também de boa índole, Martinho Soares dos Santos.
Como bem definiu (Rau Ferreira: 2009) ELA “Viveu intensamente os anos de ouro da juventude brasileira...”
         Ela tinha um sonho... A construção de casas populares para pessoas que não tivessem moradia própria, seria através de financiamento bancário,não era para enriquecimento próprio era uma finalidade social pois se identificava com a luta das pessoas para terem seu próprio espaço,afinal de contas ela conseguiu o seu através do Montepio,espécie de Minha Casa Minha Vida de outras épocas para funcionários públicos do estado.
         Despediu-se de nós, literalmente, seu último olhar contemplativo ao redor em seguida acenou para todos os que estavam em volta do seu leito, entre eles o Padre João, sua presença foi um pedido dela, manhã de sábado 14 de fevereiro do ano de 2009.

Martinho Júnior
Historiador e fundador da Cadeira nº 09 do IHGE
cuja patronesse é Hilda Batista, sua genitora

Um comentário:

  1. De parabéns o jovem historiador, Martinho Júnior,pela justa homenagem a dona Hilda Batista.

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